Nunca houve realmente qualquer dúvida de que a próxima versão do Windows ia olhar, pelo menos, um pouco como o Windows 7. Até o Windows 8.1 era um passo atrás nesse sentido para a Microsoft, trazendo de volta o Menu Iniciar que tantos milhões de clientes pediram. Mas apesar de todo o tempo que Terry Myerson e Joe Belfiore passaram no palco hoje explicando a enormidade das mudanças no Windows 10, não conseguiram esconder o óbvio.
O Windows 10 é o Windows 7.
O Windows 10 é o Windows 7, mais um punhado de coisas sobre o Windows 8 que funcionaram melhor: o modo Snap, aplicativos de estilo mais moderno coma (finalmente) uma loja de app universal que funciona em todos os tamanhos de tela de telefones até TVs, o que já está consolidado nas concorrentes Apple e Google. Mas ainda é um Windows 7 com nome de Windows 10, baseado principalmente na área de trabalho, no lugar da radical tela de Iniciar do Windows 8. Você vai encontrar tudo indo para o Menu Iniciar "novo-velho".
"Tudo o que é executado em uma janela" é anunciado como um novo recurso. Há pedaços de Windows 8 aqui, mas o Windows 10 vai ser mais chocante para usuários do Windows 8 usuários do que para os usuários que não atualizaram os softwares em seus computador desde 2006.
Essa é a novidade e o ponto central, a verdadeira aposta da Microsoft. "Familiar" foi a palavra favorita de Myerson de Belfiore. Eles descreveram coisas como ser simples para atualizar, a semelhança do Windows 10 com o que você já estava acostumado a usar. "Queremos que todos esses usuários do Windows 7 tenham o sentimento de que ontem eles estavam dirigindo uma primeira geração Prius", disse Belfiore. "E agora com o Windows 10 é como um Tesla." Não deveria se sentir diferente, não se supõe que seja assustador
O resultado é praticamente um Windows 7 Plus.
Ao longo de todo o seu evento, a Microsoft parecia estar falando não para os usuários do Windows 8, mas para os clientes que deram uma olhada no "Menu de Azulejos" e decidiram ficar com o Windows 7 ou Windows XP.
Ficou claro que a Microsoft se direcionou às empresas, o maior reduto do Windows e sua base de clientes mais importantes. (O prompt de comando ainda teve tempo de demonstração de destaque
durante a apresentação da Microsoft, você pode colar nele agora!) Mesmo o convite para o evento de hoje especificava "o que vem por aí para o Windows e para sua empresa" Com o Windows 10, a expectativa da Microsoft é retornar para as empresas um sistema que as pessoas "saibam trabalhar".
Esta é uma jogada inteligente, pragmática, e claramente sensível da Microsoft. Descobriu-se corajosamente uma nova direção com o Windows 8, e eles receberam uma resposta maciçamente negativa. Como Belfiore e Myerson disseram no evento de hoje, o problema não eram os recursos ou a quantidade de cores. Era que que tudo precisava de muito treinamento e a maioria das pessoas simplesmente não querem passar por essa dificuldade. Portanto, a Microsoft manteve o Windows 8 tanto como pode, enquanto revertendo as peças centrais do sistema operacional de volta para algo que as pessoas conhecem e compreendem.
Ao fazê-lo, no entanto, a Microsoft entra num jogo perigoso. Com tudo de errado, o Windows 8 foi, pelo menos, uma tentativa de descobrir novas e melhores formas de interagir com os nossos dispositivos. Nós não precisamos ir em busca de informações, a Microsoft imaginou: uma tela interativa só era só tocar ou clicar e o que há de novo estaria lá na tela. O "desktop" assim gradativamente morreria. Os apps iriam funcionar em todos os lugares e estariam sempre atualizados, não importa qual dispositivo você usasse ou o tamanho de sua tela.
Com quase todas as ideias de novidades desfeitas e enfatizando recursos já conhecidos e recuperados, uma tela de toque que adiciona ícones maiores e um botão em volta, por exemplo, o Windows 10 veio como uma plataforma que não viu grandes mudanças ou significativas em oito anos. Os apps podem agora facilitar mais a vida e a unificação de aparelhos no mesmo sistema ajudam, mas se você pegar um PC com Windows, pode não saber imediatamente em qual década ele foi feito . Parece ser o melhor Windows 7 de todos, mas ainda é um Windows 7.
Se isso é tudo que a Microsoft tem na manga, isso é um problema. Se ela apenas se ampara nos seus clientes mais avessos às mudanças, retornando às fórmulas antigas, como novidades, ela provavelmente verá suas concorrentes avançarem e dominarem o mercado.
Claro que até o seu lançamento definitivo em 2015 muita coisa ainda pode acontecer. E, para muitos usuários, um Windows 7 melhorado é um avanço substituindo o Windows 8 (Praticamente algo como o Windows Vista foi para o XP). Mas o que vimos hoje em Seattle, preocupa, e deve preocupar quem prefere o sistema da Microsoft em suas máquinas. A Microsoft deixou claro que não está disposta a novidades e muito menos a arriscar ideias de pesquisadores para ir além. O Windows 8 foi uma tentativa de reinventar a maneira como usamos nossos dispositivos e mesmo sendo um erro, foi uma tentativa. O Windows 10 ao invés de uma nova tentativa parece ser um retrocesso, um sinal de que a Microsoft, como líder de um mercado composto por sua maioria de clientes conservadores, vai focar neles e parar no tempo. Enquanto isso, suas concorrentes vão evoluindo e conquistando cada dia mais desses clientes conservadores da Microsoft, com suas novidades e boas apostas.

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